sábado, 22 de agosto de 2009

METADE


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
MAS A OUTRA METADE É SILÊNCIO.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda,ainda que triste.
Que a pessoa que eu amo seja
pra sempre amada.
Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um
homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu
penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
que o convivio comigo mesmo se
torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto
um doce sorriso que eu me lembro
de ter dado na infância
Porque metade de mim é a lemrança
do que eu fui
Mas a outra metade eu não sei...


...E QUE A MINHA LOUCURA SEJA PERDOADA
PORQUE METADE DE MIM É AMOR
E A OUTRA METADE TAMBÉM.

Oswaldo Montenegro
Poeta fluminense

Um comentário:

Verônica Sales disse...

Aii, essa poesia é liiiiiindaaaa!! *_______*